Realizar exercícios físicos, mesmo que leves, como caminhadas, já é suficiente para ajudar a prevenir o Acidente Vascular Cerebral (AVC). A prática de atividades aumenta a capacidade cardiorrespiratória e reduz a pressão sanguínea do corpo em repouso, o que diminui o risco do AVC.
A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) estima que 90% dos acidentes vasculares cerebrais podem ser evitados com medidas como a adoção de hábitos mais saudáveis. A complicação é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no país, respondendo por 10% das mortes da população adulta e por 10% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS).
O acidente vascular cerebral (AVC) é caracterizado pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do encéfalo. Ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, ocasionando a perda da funcionalidade dos neurônios. Por isso realizar exercícios físicos, mesmo que leves, como caminhadas, já é suficiente para ajudar a prevenir o acidente vascular cerebral, ou mais conhecido como derrame.
De acordo com o fisiologista do esporte do HCor (Hospital do Coração), Diego Leite de Barros, existem muitas evidências que mostra que o exercício físico regular reduz o risco do AVC e de doenças cardiovasculares. “A atividade física tem um efeito favorável na redução da pressão arterial, perfil lipídico, sensibilidade à insulina, peso corporal e coagulação sanguínea. A intervenção do exercício físico pode ser realizada na fase aguda e crônica do AVC e inclui atividades aeróbias, exercícios de força, alterações dos hábitos de vida ou outras estratégias”, explica Diego Leite de Barros.
Segundo um estudo publicado na última edição da revista Neurology, o benefício é conquistado com caminhadas ao menos quatro horas por semana ou nadando de duas a três horas por semana, por exemplo. Ao analisar mais de 900 pessoas que sofreram com o problema a equipe também identificou danos menos severos naqueles que praticavam exercícios com mais frequência.
Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e hemorrágico, o primeiro corresponde à maioria dos casos registrados (80%), enquanto que a forma mais grave de derrame afeta menos pessoas (20%)”, esclarece Dr. Mauro Atra, neurologista do HCor.
Acidente Vascular Isquêmico: falta de circulação numa área do cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia. Ocorre, em geral, em pessoas mais idosas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes.
Acidente Vascular Hemorrágico: sangramento cerebral provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue e traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave.
Quem pratica exercícios regulares evita o tabagismo, melhora o controle do diabete e da hipertensão arterial, dos níveis elevados de triglicérides, provoca elevação do colesterol bom (HDL), contorna a obesidade e melhora o humor. Em contraponto, os pesquisadores identificaram que os voluntários que tinham uma rotina não sedentária antes do derrame apresentaram duas vezes mais chances de serem acometidos por um AVC leve, se comparados aos fisicamente inativos.
Se praticada de forma correta e orientada por um profissional de Educação Física formado e registrado no CREF, os exercícios reduzem a gordura corporal e aumentam a massa muscular, além de diminuírem os níveis de açúcar no sangue e a melhora na capacidade pulmonar, aumentando o aproveitamento do consumo de oxigênio.
Fonte: https://cref1.org.br/em-movimento/reportagem-especial/atividade-fisica-regular-previne-o-avc/