Vocês conhecem o setembro verde? Setembro Verde é uma campanha nacional (27/9) de conscientização para a doação de órgãos. O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas).
O transplante de órgãos é a única saída para algumas doenças e o recomeço para muitos doentes. Por isso, é importante manifestar o nosso desejo de doar órgãos após a morte encefálica. O assunto é muito delicado, pois é o momento em que a família está vivenciando o luto e ainda precisa lidar com o consentimento de doação ou não dos órgãos do ente querido que está se despedindo. Se é da sua vontade doar seus órgãos, converse com a sua família a respeito, manifeste a sua vontade.
Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante por intermédio da rede pública de saúde. Impossível não ficar feliz com essa informação, não é mesmo? Por mais que estes dados sejam bons, o número de doação de órgãos ainda é baixo, isso porque as pessoas não manifestam a sua vontade de doar ou porque as famílias não consentem a doação. Sem a autorização da família, a doação é inviabilizada conforme previsto em lei.
Há 2 tipos de transplantes: o de falecidos e o de intervivos. O transplante de intervivos ocorre quando há duplicidade de órgãos, como rins, pulmões ou uma porção do fígado. O transplante é permitido entre familiares desde que não comprometa a saúde do doador; e o outro, é entre paciente e um doador com morte encefálica.
Quem não pode doar? Há critérios de seleção destinados a impedir que órgãos pouco saudáveis sejam utilizados em transplantes. A idade não costuma ser um deles: crianças e idosos podem ser doadores, assim como qualquer pessoa que tenha tido a morte encefálica confirmada. Mas a causa da morte e o tipo sanguíneo do doador, entre outros fatores, ajudam a definir quais partes de um corpo poderão ajudar outras pessoas. No Brasil, só há restrição absoluta à doação de órgãos por parte de pessoas com aids, com doenças infecciosas ativas e com câncer.
Para os candidatos a um órgão o tempo de espera é grande e a lista também. Estima-se que aproximadamente 1.500 pessoas estão aguardando um órgão no Rio Grande do Sul conforme a Secretaria da Saúde do Estado. Os principais critérios que definem a escolha do paciente são tempo de espera e urgência. A lista é gerenciada pela central de transplantes de cada Estado. Nem o doador nem a família podem escolher para quem irão os órgãos.
Uma pessoa pode salvar oito, esse é o número de vidas que uma pessoa pode salvar com a doação de órgãos. Manifestar o seu desejo numa rede social, deixar por escrito, vídeo gravado ou até mesmo uma tatuagem manifestando o desejo de doação, não é garantia de que seus órgãos serão doados. Apesar da vontade estar expressa, a palavra final é da família, é ela quem consente a doação. Por isso, é importante ter essa conversa com seus familiares. Se este for o seu desejo, que ele seja atendido.