AUTOESTIMA, AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO: REFLETINDO SOBRE SAÚDE MENTAL!

Em alusão ao Setembro Amarelo que é uma campanha de prevenção e combate ao suicídio, trago a importância de discutirmos sobre o cuidado com a saúde mental em nossas vidas. O aumento significativo de diagnósticos de transtornos mentais (tais como depressão e ansiedade) no ano de 2021, principalmente após o surgimento da pandemia, evidencia a necessidade de desconstruir preconceitos e estigmas sociais em relação ao sofrimento e adoecimento mental.

Por isso, te convoco ao seguinte questionamento: quais ações voltadas ao cuidado com a sua saúde mental têm sido realizadas por você?

Percebe-se o quanto ainda existe uma grande dificuldade instituída pelo social em conseguir reconhecer o seu próprio sofrimento e o sofrimento do outro sem banalizar, criticar, julgar e diminuir. O estigma associado a aqueles que já́ tiveram ou ainda sofrem com algum tipo de transtorno mental criam barreiras sociais e esse alguém passa a ser alvo de discriminação quando evidencia a necessidade de apoio especializado.

Deste modo, percebe-se que muitas vezes se é dado uma ênfase maior ao cuidado da saúde física, esquecendo-se do corpo enquanto totalidade, principalmente de olhar para o interno. Há uma busca incessante de olhar para fora e uma evitação de se confrontar com a dor, até porque tende-se a nomear como “vergonhoso” a possibilidade em assumir quando não se está bem. E é importante ressaltar que quando se fala em saúde mental, não se fala em ausência de doença mental, mas sim, a possibilidade de entendimento sobre as emoções e sentimentos.

Penso que o cuidado com a saúde mental vem a fortalecer o sujeito, podendo rever a avaliação subjetiva que ele faz sobre si mesmo. Principalmente em momentos de baixa autoestima, em que a autocrítica surge de maneira exacerbada, gerando insegurança, insatisfação e autocobrança. E para procurar um psicólogo, não se deve esperar que o sofrimento se transforme em adoecimento. Muitas pessoas vão procrastinando o cuidado mental, achando que ele irá amenizar com o passar do tempo, o que resulta em uma bola de neve sem fim. Por isso, é importante a identificação de sinais de alerta que indicam conflitos internos.

Além disso, o apoio especializado surge como fonte de autocuidado, no qual, o sujeito poderá estar desenvolvendo um olhar mais empático, acolhedor e carinhoso consigo mesmo, compreendendo a importância de aceitar-se de maneira integral: com erros e acertos, qualidades e defeitos, bem como aprendendo a respeitar à sua subjetividade. E primordialmente, buscar por apoio psicológico poderá auxiliar no desenvolvimento e expansão do autoconhecimento, construindo a independência necessária para lidar com emoções e superar dificuldades.

Lembre-se que são inúmeras as formas de manter a saúde mental em dia. A primeira delas é buscar validar o você se sente, pois a partir disso, você poderá reconhecer em si quais são seus desejos e o que para VOCÊ é capaz de provocar saúde e bem-estar, já que isso dependerá da sua singularidade, particularidade e subjetividade. Assim, buscar identificar a origem e a causa do seu sofrimento é fundamental, pois somente quando tiver a consciência sobre si, será possível encontrar soluções e maneiras de como manejar essa situação.

Outras sugestões preciosas são: priorize cuidar de você, busque reconhecer as suas emoções e sentimentos, fortaleça os vínculos sociais e afetivos, desfrute do tempo ócio, exercite a mente e o corpo com aquilo que lhe proporcione prazer. 

Também aproveito para ressaltar a importância de os assuntos sobre saúde mental serem discutidos e estarem presentes nos espaços que circunscrevemos nossas histórias. O interesse organizacional e institucional por ações preventivas precisa ser contínuo para que assim seja possível promover efeitos positivos longitudinais, uma vez que quando o sofrimento psíquico é silenciado nos espaços laborais, estamos falando de um sofrimento que não está recebendo lugar e nem mesmo atenção para que se construam estratégias de enfrentamento diante dessas situações. Assim, desejo que a promoção de saúde mental siga se fazendo por meio de espaços de fala e escuta para com os trabalhadores.    

E assim, que você possa aprender a olhar para o que você sente. Questione-se mais, se permita a encarar as suas sombras para que a luz possa se aproximar. Por mais doloroso e intenso que seja, nada é mais recompensador do que saber quem se é e o que deseja se tornar. A mudança que você almeja precisa partir de você!

Por isso, reflita e compartilhe essa informação. Seguimos disseminando saúde mental como forma de prevenção e autocuidado. Não feche os olhos para o cuidado para com a sua saúde mental e daqueles que te cercam. Abra a sua mente, se acolha e estenda a sua mão para as suas relações!

Com carinho, psicóloga Caroline M. Nunes!

Caroline Maria Nunes é psicóloga graduada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Mestra em Psicologia Social e Institucional na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante do Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho (PPGPSI/UFRGS). Atua em Santa Cruz do Sul como psicóloga clínica em consultório particular, atendendo adultos que buscam por meio da psicoterapia um espaço privilegiado de fala e escuta que auxilie no autoconhecimento e no cuidado da saúde mental. Além disso, desenvolve a Clínica do Trabalho, prestando consultorias e palestras as organizações de Santa Cruz do Sul, Porto Alegre e região. Experiência na área de Psicologia, ênfase em Clínica do Trabalho, Saúde Mental e Trabalho e Psicologia Social e Institucional. Contato: (51)981831881 e Instagram profissional: @carolinenunespsi

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