Mas afinal, o que é dedo em gatilho?
Dedo em gatilho é conhecido por Tenossinovite Estenosante. É considerado uma LER/DORT (lesão por esforço repetitivo e distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho), está presente no grupo das mais comuns na região das mãos, juntamente com a síndrome do túnel do carpo.
A Tenossinovite Estenosante é uma inflamação nos tendões flexores dos dedos e sua bainha, estruturas responsáveis pela flexão (dobra) dos dedos da mão. É uma condição caracterizada pela dor no trajeto dos tendões flexores na região do túnel osteofibroso, provocando a formação de um nódulo na base do dedo. Esta patologia pode ocorrer de forma unilateral (em apenas uma das mãos) ou bilateral (podendo ocorrer nas duas mãos), pode ocorrer também, simultaneamente, em mais de um dedo da mesma mão.
O dedo em gatilho trava o dedo comprometido em posição dobrada, mesmo se esforçando para estender o dedo, a pessoa não consegue realizar o movimento de extensão forma voluntária.
Os fatores de risco desta patologia vão desde atividades esportivas, micro trauma, esforços repetitivos, má postura, mobiliário inadequado, posicionamento incorreto das mãos ao digitar, longas jornadas de trabalho, atividades manuais de extremo esforço. As causas ainda são desconhecidas, mas alguns problemas de saúde estão associados ao surgimento do dedo em gatilho como hipotireoidismo, reumatismo, diabetes e complicações relacionadas a artrite. Há também as ocupações de risco, que estão relacionadas ao labor, como operar máquinas, uso de instrumentos de força como alicates e tesouras, tocar instrumentos musicais. Somente entre 2010 e 2012, a Previdência Social concedeu 370 mil auxílios-doença a pessoas que tiveram algum prejuízo na saúde devido a essas lesões no trabalho.
A patologia é mais comum em mulheres por estar relacionada a diabetes e artrite reumatoide, ocorre com mais frequência em pessoas dentro da faixa etária dos 40 aos 60 anos. Os sintomas mais frequentes são inchaço nas mãos ao acordar, dedo preso ao acordar, rigidez, o dedo estende com auxílio de outros dedos, dor ao dobrar e esticar os dedos. O diagnóstico é realizado por médico ortopedista especializado em mãos. Com uma anamnese e exame clínico já é possível diagnosticar a doença. Mas o médico pode solicitar exames como, ressonância magnética ou ultrassom para analisar o avanço e o grau que a doença se encontra. O tratamento tradicional é feito com medicação prescrita pelo médico e em casos mais graves a intervenção cirúrgica é recomendada. O tempo de recuperação é de 10 a 12 dias até a retirada dos pontos, podendo ser encaminhada para fisioterapia em alguns casos.
Confira alguns exercícios que auxiliam na prevenção:
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Estique o braço para frente com a palma da mão para cima. Com a outra mão, puxe
os dedos para baixo.
– Abra e feche a palma da mão várias vezes, para fortalecer os dedos.
– Faça movimentos giratórios com a cabeça para os dois lados e depois para
frente e para trás.
– Sentado, eleve a perna, segure o assento da cadeira e gire o pé para os dois
lados.
– Levante os braços, junte as mãos acima da cabeça e alongue o corpo.
Confira a reportagem sobre Dedo em Gatilho, realizada no Programa Bem Estar de 2013: globoplay.globo.com/v/2716750